De ti para mim o vento corre
Com os inacessíveis segredos
E as histórias onde percorre
O teu corpo os meus dedos.
Os ventos é que acedem
Por entre corredores à fortaleza do bem-amado
É a eles que os lábios pedem
A memória de cada centímetro esquadrinhado.
Estranho e máximo conhecimento
Em cada pêlo a sua marca
Aí se guarda em cada um a sua Babel
Cuja torre toda a história abarca.
Pelos teus olhos passa agora um laranjal
Reclamado ávido p’la m’nha sede
Pois seus frutos e carne me refrescam
As lembranças feitas duma rede
Para os peixes que no vento pescam
E adormecem quando luzes soam
No pintado céu de papel
Peixes que no vento voam
Enganados p’lo mar da tua pele.
(Sesimbra, 2009)
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