quarta-feira, 27 de junho de 2018

Quando é que terminou a Segunda Guerra Mundial?

Sempre me questionei sobre o que é ser europeu. Olhava para os ingleses, para os franceses e para os 
italianos ou alemães e interrogava-me sobre o que haveria de comum entre nós para que nos pudéssemos afirmar enquanto cidadãos europeus.
Reparo que aqueles que escolhi estarão mais próximos de nós. Exclui, inconscientemente, dinamarqueses, suecos ou finlandeses, os europeus do norte. A dificuldade de haver algo em comum enquanto europeus seria de certeza maior. Mas, então, que dizer daqueles que vêm da Europa do Leste, romenos, búlgaros, húngaros, sérvios? O que temos em comum?
Nos últimos anos, a problemática em torno do que é ser europeu agudizou-se. Agudizou-se dramaticamente com a chegada ao poder de políticos populistas e de extrema-direita, xenófobos, nada interessados em acolher os outros que não são europeus. Mas, o que é então ser europeu para esses políticos? Que valores envolve a cidadania europeia?
Reconheço que sabemos pouco da sua história e da sua geografia instável. Essa instabilidade entre etnias, povos e nações, mal contidos em fronteiras desenhadas num clima de ressentimento e no rescaldo dos maiores conflitos bélicos que assolaram o continente europeu, dificulta esse conhecimento. Sei pouco sobre essa outra Europa, os compêndios escolares de História excluiram essa outra Europa, a História Universal desenhou-se sobretudo a ocidente e através do mundo descoberto por esse ocidente.
Já há algum tepo que decidi estudar e conhecer um pouco mais essa outra Europa. Provavelmente vou fazê-lo no pior período que a Europa está a atravessar. Mas talvez seja o momento mais estimulante, o momento em que a crise agudiza o nossos entido crítico.
Como pensar a Europa? Por onde começar? O historiador Keith Lowe, no seu interessantíssimo livro Continente Selvagem - a Europa no rescaldo da Segunda Guerra Mundial[1], começa por nos dar um dado importante: é que a guerra não terá terminado com a derrota de Hitler. Até refere o caso de alguns polacos para quem a segunda guerra mundial, tendo começado com a invasão do seu país tanto pelos nazis como pelos soviéticos, só teria terminado com a partida dos tanques soviéticos do seu país, em 1989.
Quer dizer, a guerra continuou, sob outras formas, porventura mais subtis, para depois de 1945. Continuou até quase ao fim do século vinte! O que aconteceu entretanto? Como foi vivido esse período? Lowe ensaia uma resposta: "o fim da guerra não significou o nascimento de uma nova era de harmonia étnica na Europa"[2]. Com efeito, os ressentimentos entre comunidades e nações continuaram e talvez isso nos ajude a compreender melhor os problemas com que nos debatemos hoje. Um problema mal resolvido é um problema que se tornou maior.


[1] Keith LOWE, Continente Selvagem - a Europa no rescaldo da segunda guerra mundial, Lisboa, Bertrand Editora, 2013, 527 pp. Vale a pena ver a apresentação do livro pelo próprio autor aqui.
[2] Op. cit., p. 18.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

O interesse pela Filosofia em 50 segundos

Para quem tem interesse pela Filosofia e a ela pode dedicar 50 segundos, eis aqui um curtíssimo video onde se reafirma o interesse pela Filosofia.