O porquinho Reboredo vivia com os seus pais e os seus
irmãos numa quinta do Alentejo. Desde muito cedo que se revelara diferente dos
irmãos. Até se podia dizer que era diferente da maioria dos porquinhos da sua
idade. Desde muito novo que fazia perguntas à mãe porca sobre a sua origem.
Queria saber donde vínhamos e por mais que mãe porca lhe dissesse que cada
filho vem da sua mãe e cada mãe vem da sua mãe e que é assim e sempre assim,
recuando cada vez mais, Reboredo não ficava contente com a resposta. Reboredo
sabia que isso levava-nos a um primeiro porco, um porco que teria começado
tudo, um porco pai e mãe de todos os porcos do mundo. Ora, e antes do primeiro porco? Aí, a mãe de
Reboredo era levada a reconhecer que era incapaz de lhe responder e satisfazer
a sua curiosidade sempre insatisfeita.
Mas seria curiosidade ou ambição, interrogava-se o pai de
Reboredo, quando reparava no olhar e comportamento do filho.
Com efeito, havia outras questões que preocupavam o nosso
herói e que o distinguiam dos demais. Reboredo olhava em seu redor e não se
conformava com o que via: os seus irmãos chafurdavam na pocilga, disputando
entre si as maminhas da mãe que, todos os dias, à hora certa, ficavam
disponíveis para o pequeno-almoço dos porquinhos. Quem não as alcançasse ficava
sem pequeno-almoço. Esta luta na lama acontecia todos os dias. E só a fome e o
desejo muito forte de alcançar o alimento os levava a esquecer, por momento, a
compostura e cheiro imundo da pocilga. Não, não era este o futuro que Reborde
desejava para si.
E o pior aconteceu quando no espírito de Reboredo
deflagraram interrogações sobre o futuro, sobre o seu futuro. Reboredo tinha
visto imagens perturbantes numa enciclopédia juvenil. Eram imagens do interior
duma charcutaria. Por detrás do balcão, o gorducho dono, careca, envergando uma
bata branca, cofiava os seus longos bigodes com uma mão, enquanto a outra
empunhava um chouriço; com um sorriso a toda a largura da sua redonda e
vermelhusca cara anunciava a qualidade dos seus produtos. Os seus, ou melhor,
os do porco. E enumerava a longa lista do que ele apelidava de iguarias
divinas: presunto, fiambre da perna, paio, salpicão, lombo fumado, mortadela
com e sem azeitonas e por aí fora. Reboredo desconhecia aqueles produtos, mas
estava horrorizado: algo lhe dizia que estava ali, em destaque, o seu destino!
Em vão Reboredo interrogou os seus pais sobre o real
significado de tudo aquilo. Era assim o seu futuro, nada mais que o desfile de
iguarias divinas, perguntava. Mas do outro não lhe surgiam respostas. Tudo
aquilo causava-lhe uma enorme angústia. Angústia e revolta com aqueles enchidos
apresentados como iguarias divinas! O que é que Deus tinha a ver com tudo
aquilo? Seria que Deus não só concordava com tudo aquilo como apoiava e
sancionava todo o fabrico de derivados de porco? Será que Deus também
colaborava com o dono da charcutaria a fazer a montra do estabelecimento?
Ao mesmo tempo, Reboredo não compreendia os seus irmãos.
Como era possível continuarem indiferentes a tudo? Como era possível continuarem
sem preocupações?
Mesmo não passando de um pequeno porquinho, que também
era, no meio, designado por leitão, Reboredo não se conformava com a sua
situação; Reboredo era um ser insatisfeito, queria uma vida mais digna que a
que lhe tinham dado. Por isso, podia-se dizer que Reboredo era um ser
insatisfeito e revoltado. Era por isso que não respondia quando os seus irmãos
o convidavam para brincar. «Quem? Eu?... Eu, Reboredo, a brincar nessa
imundície?... Vocês estão-me a ver nessas brincadeiras estúpidas e, ainda por
cima, a ficar a cheirar pessimamente, a ficar mais porco do que era?» E abanava
a cabeça, desinteressado.
O irmão mais velho, Rómulo de seu nome, tentava
convencê-lo. «Olha lá, Reboredo, o que é que tem vires brincar connosco aqui na
pocilga? Qual é o problema de ficares sujo e porco, se mesmo que venhas a ser,
como todos, um grande porco não passas de um pequeno porco, dalguém que não
passa de um porco?»
Reboredo erguia os seus olhos sonhadores em direção ao
céu, como se o irmão não estivesse ali. E respondia-lhe de forma intrigante.
«Eu não sou um porco como vocês… Eu estou destinado a outros voos…»
Rómulo não estava a perceber muito bem. Seria que tinha
ouvido bem? «Tu queres voar? Queres ser um porco voador? Achas que as tuas
grandes orelhas poderão alguma vez funcionar como se fossem asas dum avião?...»
Reboredo encarou o irmão. «Não percebeste mesmo nada!
Pobre irmão... A tua vidinha na pocilga impede-te de ver mais longe e mais
alto. É evidente que não pretendo ser voador ou piloto de aviões. Quando falo
de outros voos, estou a falar dum destino diferente, dum futuro longe daqui. Eu
não vou ser como vocês. Um dia, no futuro, perceberás melhor. Nessa altura
invejarás a minha situação, oh, se invejarás!...» E despediu-se com uma
gargalhada que deixou o irmão boquiaberto.
Os pais de Reboredo também não escondiam a sua preocupação
com o seu filhote, mas não sabiam o que fazer. A única possibilidade era
consultarem Sócrates, o mocho, de quem se dizia que era muito inteligente,
sagaz e capaz de encontrar qualquer resposta para qualquer problema.
Expuseram-lhe a situação.
«O nosso filho é um ser revoltado, percebes, mocho?»
«Claro que percebo. Por quem me tomam?... Há muitos
assim. É bom querer ser diferente, mas não é isso que se passa com o vosso
filho. Não admite ser como é, mas quer ser o que nunca poderá ser.»
Os pais de Reboredo trocaram olhares entre si. «E
então?...», quiseram saber.
Sócrates, fechou os olhos e concentrou-se. Por fim,
proferiu a sua sentença.
«Prevejo um fim trágico para o vosso filho. A sua ambição
desmedida vai-lhe sair muito caro, quer dizer, muito barato…»
«Bem, vai-lhe sair caro ou barato?», perguntou a mãe
porca.
«Vai-lhe sair barato. Mas caro…» E voltou a fechar os
olhos, como que adormecendo profundamente. Era o sinal que a consulta tinha
chegado ao fim. Os pais de Reboredo pagaram a consulta, tinha sido um pouco cara,
e afastaram-se do mocho, desconsolados. Já lhe tinham dito que o mocho se
pronunciava por enigmas, que só mais tarde é que revelavam o seu verdadeiro
significado. Não valia a pena quererem uma resposta imediata. O mocho nunca se comprometia,
talvez tivesse futuro na política.
Continuavam sem saber o que fazer. Na história da pocilga
não havia nenhuma história semelhante. Todos os jovens porquinhos tinham aceite
pacificamente a sua situação e o seu destino. Regressaram em silêncio preocupados,
muito preocupados.
Quando chegaram a casa, ao fim do dia, os pais porcos
ficaram alarmados. O porquinho Reboredo tinha saído logo de manhã e ainda não
regressara! Será que lhe tinha acontecido alguma coisa?... Por onde é que ele
andaria?... Já era tão tarde…
E mais aflitos ficaram quando descobriram que Reboredo
tinha feito uma mala de roupa e pegado no mealheiro com as economias de todos
os irmãos porquinhos. Remo, o irmão do meio, estava desconsolado, ao encontrar
os cacos do mealheiro espalhados no chão. «O Reboredo levou todos os nossos
trocos!... Não é justo, as moedas também nos pertenciam!...»
Os pais porcos não sabiam o que dizer. Já tinham
percebido tudo ou quase tudo. Reboredo tinha ido embora. Deixara-lhes um papel,
explicando isso mesmo.
«Queridos Pais e Irmãos: vou-me embora! Não suporta mais
viver assim, na pocilga suja e mal-cheirosa. Quero outra vida, mesmo que isso
signifique outra casa e outra gente à minha volta. Ainda pensei num futuro nas
telenovelas ou na política, mas não. Há mais realidade para além disso. Talvez
regresse um dia, a conduzir um Mercedes ou mesmo com motorista. Para já
imagino-me a ser levado em ombros, a ser servido e aclamado..»
*
Uma das vantagens das histórias é que o leitor sabe
sempre mais cedo que os personagens. Neste caso, vamos ficar a saber o que é
que aconteceu a Reboredo, o que é que ele foi fazer durante o dia, enquanto os
seus pais e irmãos choraram a sua partida. Mal eles saberiam que nunca mais iriam
ver o irmão. Mas isso só nos saberemos no fim da estória e se aqui levantamos a
pontinha do véu é apenas para acalmar a ansiedade dos leitores e atenuar o
choque dos mais sensíveis. Adiante.
Pois, foi adiante, caminhando estrada fora e,
precisamente mais adiante, que se deu o encontro que iria mudar a sua vida.
Reboredo ía seguindo a estrada. Não conhecia aquela
estrada, mas sabia, pelo menos, que todas as estradas vão dar a Roma. Por ele,
Roma estava bem. Sendo lá que ficava o Vaticano, podia até esclarecer essa
coisa das iguarias divinas que também não lhe saía da cabeça. Com o pensamento
fixo no seu objetivo, passo acelerado, Reboredo não perdia tempo a olhar para a
paisagem. Aliás, até a achava um pouco monótona. Não fosse uma jovem e bela
senhora colocar-se diante dele e Reboredo passaria indiferente à senhora. Mesmo
o facto de envergar um vestido de seda azul claro até aos pés (teria pés?...),
nem mesmo o facto de se desprender um estranho brilho do seu longo cabelo
louro, nem o facto do seu brilho irradiar pequenos reflexos como se os dentes
tivessem sido substituídos por diamantes (e não teriam?...), nada disso o teria
feito parar. Mas, ao chocar com a senhora, não teve outro remédio senão parar e
erguer a cabeça diante do imprevisto obstáculo. Ficou hipnotizado com o que
viu. O sorriso da senhora revelava que esta já estava habituada a provocar esse
efeito estonteante nos outros. Era um sorriso confiante, próprio de quem sabia
de antemão que conseguia alcançar tudo o que desejava (estaria à beira do
primeiro fracasso?)
«Desculpe, não... não... não tinha reparado na sua...
presença?...» Balbuciou Reboredo, estranhando o facto de não ter conseguido
falar sem gaguejar. Nunca lhe tinha acontecido.
«E agora, já reparou?», perguntou a jovem senhora,
exibindo um prolongado sorriso. Reboredo tentou recompor-se. Afinal, o mundo
para além da pocilga devia ser assim mesmo, habitado por seres belos e
extraordinários. Começou a achar que aquele era um bom começo e que devia
aproveitar aquela oportunidade. Armou uma resposta condizente com a situação.
«E era possível não reparar?»
«Não sei… foi o jovem que disse que não tinha reparado e
que por isso pedia desculpa.» Continuou com o sorriso afivelado. Reboredo
percebeu que além de muito bela era esperta. Beleza e inteligência era uma
combinação explosiva, concluiu, mas era isso mesmo que procurava. Estava ali a
chave para um novo mundo. Não podia desperdiçar a oportunidade que lhe era
assim servida. A senhora continuou. «Eu até fiquei, como dizer, um pouco
atingida pela sua indiferença.»
Reboredo sacou aquela janela de oportunidade. Tinha
atingido a jovem senhora no seu amor próprio, talvez fosse a altura certa para
se aproveitar da fragilidade momentânea daquele ser celestial que lhe calhara
em sortes. Justificou-se. Apresentou-se. Ganhou terreno.
«Ora, sou apenas um jovem distraído. Ía metido nas minhas
reflexões. Um porco também está habilitado para a metafísica…»
A jovem senhora soltou um pequeno grito. Um voluptuoso
gritinho, que quase assustava o jovem Reboredo. «Oh!... Ah!... Temos um
filósofo!» Parecia deliciada com a ideia. Reboredo não desarmou. Era um filão
que fazia parte do seu repertório. Mas convinha ser modesto.
«Um filósofo?... Não! Digamos antes, uma alma inquieta,
atormentada…» Reboredo apelava aos instintos maternais da senhora. De facto,
nem se importava de ter tido uma mãe assim. Mas repeliu este pensamento. Ainda
não tinha passado um dia que se afastara da família e já estava, em pensamento,
a trocar de família!... De qualquer modo, no íntimo, era isso mesmo que
pretendia.
«Uma alma atormentada? Ouvi bem?...»
«Ouviu bem, sim. Sou uma alma atormentada. Mas o meu nome
é Reboredo.»
A senhora aproximou-se, agora que estavam quase
apresentados. Com cautela, poisou a mão na cabeça de Reboredo. Este sentiu um
arrepio pelo corpo todo. Tinha a certeza que os pelos do corpo se tinham
eriçado, mas não tinha como comprovar isso. Do que tinha a certeza era que o
seu coração batera descompassado. Estaria já apaixonado?
«Reboredo é um bonito nome. Um nome romântico.» (Novo
arrepio; Reboredo não podia perder a cabeça; vamos torcer para que mantenha
alguma compostura para que a coisa não lhe corra mal). Felizmente que Reboredo
já não sabia o que dizer e a senhora continuou a falar. «Só não percebo é como
um jovem já arrasta consigo uma alma atormentada… Será que poderei fazer alguma
coisa?»
Neste momento, passou pela cabeça de Reboredo muitas
imagens. Havia muito que a jovem senhora poderia fazer por Reboredo, de tal
maneira que o nosso herói até estava com dúvidas sobre o que escolher. Afastou
as ideias mais pecaminosas e optou por lhe contar o seu verdadeiro problema.
«O que se passa é que não me conformo com a minha
situação de porco. Nem com a situação, nem com o presumível destino. Almejo
para mim outra coisa…»
«Al… quê?...?», interrompeu a senhora, aparentemente
confusa. (con… quê?...)
«Almejo!», esclareceu Reboredo. E retomou o discurso.
«Não quero continuar na imunda pocilga, no meio da minha imunda família de
porcos!»
A senhora voltou a sorrir. Reboredo devia confessar que
não percebia como é que a sua história e aquela revelação sobre a sua imunda
família poderia despertar aquele sorriso. Estaria a gozar com ele? A senhora
adivinhou-lhe os pensamentos.
«Estás com sorte, Reboredo. Eu sou uma fada madrinha e
posso realizar todos os teus sonhos…»
Reboredo nem queria acreditar no que tinha ouvido. Seria
possível que aquela mulher deslumbrante, cativante, radiante e assim adiante, pudesse
realizar todos os seus desejos?... Reboredo chegou a querer dar um pulo de
alegria e beijar a senhora, mas pensou que era melhor refrear os seus gestos.
Alguma sobriedade e contenção estavam de acordo com o futuro que desejava. De
qualquer modo, era visível o seu contentamento. Recordou ainda os pobres dos
seus irmãos a chafurdar na pocilga imunda… Como ele já se sentia tão longe
dessa miséria… Como estava prestes a dar o salto, o salto para uma nova vida!…
«E o que é que eu devo fazer, jovem senhora e fada
madrinha? O que é que posso ir adiantando?», perguntou o ansioso Reboredo.
A fada madrinha sorriu. Mantinha-se calma, como era
próprio duma fada tão poderosa. «Ora, Reboredo, só terás que formular três
desejos…»
Reboredo começou imediatamente a pensar nos três desejos.
Tinha que os formular de maneira abrangente. Porém, para ele, era tudo muito
claro. «O que eu desejo é viver numa casa a sério, entre gente a sério, que
reconheça as minhas qualidades e, sobretudo, gostaria de ser servido e
aclamado…»
A fada madrinha puxou duma varinha mágica e volteou-a no
ar, descrevendo vários arcos, como se desenhasse no ar. Reboredo estava
fascinado, pois sabia que as fadas realizavam os desejos com as suas varinhas.
Tudo aquilo estava de acordo com o que sabia sobre fadas, sobre fadas boas,
isto é, madrinhas.
«Fecha os olhos, Reboredo. Serás servido da melhor
maneira e aclamado entre pessoas que gritarão por ti, recebendo-te na sua casa.
Assim desejas, pois assim será!» Reboredo, ainda de olhos fechados, antevendo o
seu novo futuro, ainda escutou as palavras mágicas da fada, palavras ditas numa
língua desconhecida. E não ouviu mais nada. Era a sua entrada no futuro, num
amanhã que cantaria, se fosse caso disso. Mas não era. Como veremos.
*
Era uma casa portuguesa, normalíssima. Uma família remediada.
Pobre, honesta, trabalhadora, a condizer com a casa que era mais uma casinha. Os
seus ocupantes preparavam-se para jantar. Porém, naquela noite tudo seria
diferente.
E era por isso que se ouviram gritos de crianças
festejando ruidosamente o início da refeição. Como não era hábito. As
aclamações de contentamento dos dois irmãos não abafaram as exclamações de
satisfação dos adultos. A mãe, à mesa, não escondeu também o seu espanto
perante o que estava a acontecer.
Com efeito, o homem da casa, o chefe de família, acabara
de entrar na sala erguendo uma enorme travessa fumegante. Pelo aroma que daí se
libertava, já todos tinham adivinhado quem enchia a travessa. O seu ocupante,
luzidio e estaladiço, vinha enfeitado com uma laranja na boca e ladeado de
raminhos de salsa.
A mãe, trinchando a carne e distribuindo generosos nacos
pela família, quis saber como é que tudo aquilo tinha sido possível. Numa época
de aperto e permanente controlo das despesas, parecia que o marido tinha
perdido a cabeça. Eles não tinham dinheiro para u manjar daqueles.
O pai, de garfo e faca em riste, antes de se atirar à
vianda, forneceu as explicações devidas.
«Talvez não acreditem, mas quando vinha para casa, ao
atravessar o parque, dei de caras com uma jovem e deslumbrante senhora, toda
vestida de seda azul claro, de sorriso esplendoroso… Era uma imagem
fascinante…»
« Uma jovem senhora?... No parque?...», inquiriu a
esposa, desconfiada.
«Ela apresentou-se como sendo uma fada madrinha, pronta
para satisfazer-me três desejos.
«Três desejos?... Logo assim, sem te conhecer?»
«Três desejos! Pensei num carro novo, a gasóleo. Obviamente,
não me esqueci do meu Sporting: que fosse campeão na próxima época. E como
estava cheio de fome, o que me ocorreu imediatamente, foi a imagem dum grande
jantar à minha espera. E, para já, a fada realizou um dos meus desejos!»
«A fada dos dentes?...», quis saber o filho mais novo.
O pai riu-se. «Não. Neste caso, quando muito, seria a
fada dos leitões!»
E todos se riram, atirando-se a um Reboredo que, longe da
vida de pocilga, realizara, finalmente, o seu objetivo de mudar de vida,
instalado entre gente a sério, numa casa a sério, servido e aclamado.