O tempo histórico não se compadece com a divisão administrativa em séculos e anos, em
meses e em dias. Por exemplo, o século XIX dura mais que cem anos. Em rigor, o século XIX é bem mais longo, estende-se da Revolução Francesa até ao deflagrar da Primeira Guerra em 1914. O ano de 1917, pela riqueza e impacto dos seus acontecimentos vai para além dos seus 365 dias do calendário. E, ultimamente, tenho concluído cada vez mais que o século XXI começa na década de 70 do século XX.
O calendário pode ser e é muito útil. Mas a realidade é sempre mais rica que a também útil contagem do tempo e o passar das folhas das agendas. E é o que nos vale. A nossa idade pode-se contar pelo número de primaveras, mas há quem nunca venha a passar dum inverno sombrio e dum outono melancólico. Como há quem nunca passe dum adolescente e pateta verão.
Já quanto à minha idade não a conheço bem. Mas podia ser a da eternidade de alguns momentos, como provavelmente todos acabarão por desejar.
Aquele abraço.
ResponderEliminarPaulo Prudêncio.