Invetivou a formiga
A cantadeira cigarrinha
«E se
eu lhe cantar uma cantiga
Por
uma saca de farinha?»
A
formiga sempre apressada
Mais
um pouco nem reparava
Na
cigarra esfomeada
E na
figura que causava.
A pobrezita cigarra
Disse
novamente à formiga
«Tome
lá esta guitarra
E
encha-me a barriga.»
Fico
sem o meu instrumento
Que
vai ser de mim sem ela
Sem
guitarra p’ra cantar
Vou
ter que cantar à capela.
Mas
estou tão aflita
Sem
nada para morfar
Além
disso não tenho guita
Só a
guitarra para empenhar.
A
cigarra olhou para a formiga
Com ar
de reprovação
«Já devias
há muito saber
Que
não há futuro na canção».